segunda-feira, 18 de junho de 2018

Bitcoin e suas Implicações para Bancos Centrais

Leitura:
Central Bankers Can’t Agree on Cryptocurrencies
Digital currencies: Five big implications for central banks
Central Banking in a Digital Age: Stock-Taking and Preliminary Thoughts

Audiovisual:
Digital currencies: Implications for central banks
From Bitcoin to Central Bank Digital Currencies
David Yermack on the Blockchain and the Future of Finance (Part 1 of 3)

10 comentários:

  1. Os Bancos Centrais apresentam argumentos contra as criptomoedas que são atualmente válidos, porém não se sabe até quando continuarão sendo. Várias promessas da rede Bitcoin me mantém otimistas sobre o futuro, como a Lightning Network e as Schnorr Signatures.

    Contudo, acredito que um Banco Central nunca conseguiria replicar o efeito de uma criptomoeda de forma satisfatória, uma vez que a descentralização é parte intrínseca da nova tecnologia. Uma moeda digital criada pelo Banco Central seria algo velho assim como as já criadas pela Microsoft, Apple e outras tentativas de dinheiro virtual.

    Como o próprio Satoshi Nakamoto cita em seu artigo, o bitcoin é um sistema "Peer-to-Peer".

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  2. Observando o movimento das novas tecnologias, os bancos centrais no mundo estão tentando ou lançar suas próprias versões de criptomoedas ou banindo qualquer tipo de transação com crioptomoedas. Isso meio que demonstra o quanto difícil é controlar qualquer tipo de regulação nesse ambiente. E foi exatamente dessa forma que nasceu o Bitcoin, como uma forma de descentralizar, impedindo qualquer tipo de influência na moeda, por uma autoridade central. Infelizmente, no Brasil, não há nem pesquisa de regulação, nem tentativa de criar sua própria criptomoeda. Basicamente, demonstra o quanto os países vão andar em velocidades diferentes quanto ao que se refere às tecnologias monetárias, seja pela falta de incentivo, seja pelo conservadorismo dos presidentes dos bancos centrais ou, seja pela total falta de conhecimento no campo da tecnologia.

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  3. A relação entre os Bancos Centrais ao redor do globo e o Bitcoin não é muito saudável. Se por um lado o Bitcoin tem como visão a liberdade de atividades financeiras, os Bancos Centrais buscam o controle das mesmas, o que gera certo conflito.
    Não estou tomando partido nesse debate, os Bancos Centrais existem por um motivo e são necessários para a estrutura governamental atual. O Bitcoin, assim como a internet, não tem fronteiras e independe da influência de governos, logo não o vejo sendo apoiado por corporações que exercem controle sob territórios.
    Gosto de opinar que Bitcoin é uma ideia à frente do seu tempo, atualmente o sistema financeiro está fortemente atrelado aos governos centralizados e não funcionaria bem com esta criptomoeda.
    Por fim acredito que não devemos pensar em adaptar o Bitcoin à sociedade como existe, mas na verdade repensarmos a arquitetura da nossa sociedade com as possibilidades que o Bitcoin trouxe.

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  4. O Bitcoin, assim como inúmeras outras altcoins, são conhecidas como ‘fiat money’, ou em português algo como ‘moeda fiduciária’. Esse termo indica que esses ativos não possuem conversão direta com nenhum metal commodity (ouro e prata, por exemplo). Em outras palavras, seu valor está associado à confiança que os usuários da rede possuem no sistema. Se por alguma hipótese alguma desconfiança à moeda surgir, um efeito manada de grande potencial poderá desvalorizar, surtindo efeitos indesejáveis na economia de criptomoedas. Por isso, e também pelo fato de ainda vivermos numa sociedade que confia numa unidade central estabilizadora, os bancos centrais estão sempre à espreita do cenário dos bitcoins e cia. Apesar da tecnologia se apoiar na filosofia de descentralização de decisões, ainda assim vivemos no mundo onde organizações centrais orquestram os caminhos e diretrizes de praticamente todos os bens de troca atuais. Então por isso, apesar dessa filosofia ser inovadora, o cenário externo que a engloba a impossibilita de ser um bem de troca unânime, o que em outras palavras a torna mais um investimento.

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  5. No debate "Digital currencies: Implications for central banks", um dos assuntos abordados foi como moedas fiat (Real, Dólar, Euro...)[1] não possuem valor intrínseco, ou seja, não existe uma "commodity" que suporte seu valor, na verdade, seu valor é estabelecido por governos que as declararam como moedas legais. Isso se assemelha bastante com criptomoedas, que não possuem valor intrínseco, seu valor é dado pelos usuários, em outras palavras, o valor do Bitcoin, por exemplo, é estabelecido de acordo com quanto usuários estão dispostos a vender/comprar a moeda. Apesar de partilharem certa semelhança, moedas fiat e criptomoedas são completamente diferentes, como dito, as moedas do primeiro grupo são suportadas por governos, mais especificamente por Bancos Centrais, que são os únicos que podem emitir novas "notas" para circulação. Isso causa um efeito amplamente conhecido no mundo inteiro, chamado de inflação.

    Algo que me surpreendeu no debate, foi como os representantes (defensores) dos bancos centrais acreditam que esse poder de emitir novas "notas" serve como uma segurança extra de que, em caso de crise, perda ou algo semelhante, investidores receberão seu dinheiro de volta. O caso citado foi da crise americana de 2008, onde novos dólares entraram em circulação após a bolha do mercado imobiliário estourou. Entretanto é óbvio que se de um dia para o outro, dobramos a quantidade de moedas em circulação, o valor unitário real da moeda cai na metade, porém as proporções de quanto cada "usuário" tinha da moeda muda, dado que Bancos Centrais não distribuem as novas moedas geradas por toda a população. De forma mais simples e palpável: a quantidade de bens e serviços que 100 Reais podem comprar diminui com o tempo. [2]

    No caso do Bitcoin, existirão apenas 21 milhões no total, dessa forma, a moeda passa a ser deflacionária, da mesma forma que o ouro, Bitcoin é finito. O princípio da escassez na economia (oferta e demanda) mostra como o valor do Bitcoin tende a crescer (independente de flutuações no meio do caminho) até se estabilizar.

    Outros pontos citados nesse debate contradizem totalmente os assuntos abordados nas aulas anteriores, o mais pertinente deles foi a falta de segurança e de confiança (trust) dada por sistemas Blockchains, como estudado vimos que confiança é garantida pela maioria na rede (diferentemente do conceito de confiança em moedas fiats, que é dada pelo Banco Central) enquanto a segurança da rede apenas cresce conforme a criptomoeda é utilizada, isso é suportado pela Árvore de Merkle combinado com a funções de hash que são aplicadas encadeadamente nos blocos de transação, fazendo com que, para um único bloco seja falsificado, toda sua ramificação, até a raiz da árvore tenham sua hash recalculada, o que exige um poder computacional imenso.

    Acredito que governos vão fazer de tudo para adiar tecnologias que vão de encontro com seus interesses ou com seus esquemas de poder, moedas descentralizadas, que não dependem de instituições centrais para que um valor seja determinado ou para que confiança e segurança sejam garantidas removem boa parte da influência dos governos sem contar que diminuem a ideia de fronteiras.

    [1] - https://www.investopedia.com/terms/f/fiatmoney.asp
    [2] - https://www.investinblockchain.com/bitcoin-is-a-deflationary-currency/

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  6. Como uma tecnologia que afeta diretamente o mercado, a economia, a criptomoeda precisa ser bem estudada, testada e observada, para vermos seus comportamentos em diversas situações e principalmente em períodos de crise.

    Esses pontos são bem levantados e debatidos entre os Bancos Centrais no mundo, pois mesmo acreditando que essas moedas não tenham força ou segurança para substituírem as estruturas seculares que existem nos modelos econômicos atuais, muito do dinheiro que já circula pelo mundo e pelos os próprios bancos é eletrônico, usando smartphone ou cartões de crédito por exemplo, o que deixa claro que moedas digitais já não são coisa nova.

    Nessa situação, observar como países e bancos já se posicionam com isso, fazendo pesquisas e trocando informações entre si, ou até mesmo criando suas próprias criptomoedas, para não só testarem diretamente no mercado, como no caso da Suécia onde o uso do dinheiro está evaporando cada vez mais que comparada a outras economias, vem planejando emitir e-krona como complemento monetário.

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  7. O bitcoin é, com toda certeza, uma mudança de paradigma na economia e na ideia de dinheiro. A discussão central no meu ponto de vista é que os bancos centrais não confiam que o bitcoin tem a transparência necessária para ser considerada uma moeda segura, pois os mesmo não podem ter controle sobre ela e nem sobre as movimentações que ocorrem na blockchain. Além disso, um ponto tambem importante é que os bancos centrais defendem que o bitcoin não tem um caráter de valor para o mercado, de modo que ele é sempre medido em quantos dolares, reais, euros, etc vale um bitcoin , fazendo com que pareça mais com um produto fim do que com uma moeda, de modo que a opiniao dos bancos centrais gira em torno de que não ha capacidade de o bitcoin substituir ou até concorrer o modelo atual de moedas.
    Tambem ha por parte dos economistas a ideia de regulamentar o bitcoin para que os bancos centrais consigam de alguma forma ter acesso maior à blockchain para verificar a veracidade de todas transações. Porem ideias como essa vão diretamente de encontro com a ideia central do bitoin de ser distribuida e ser baseada na confiança dos seus usuarios

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  8. Embora todos saibam que o banco central é contra as criptomoedas, pelo menos o presidente do Banco Central brasileiro tem uma posição diferente em relação a tecnologia blockchain que segundo ele será amplamente utilizada em diferentes setores e deve ser incentivada pois podem servir para aprimorar processos financeiros e sociais de forma extremamente relevante. Segundo Goldfajn, as startups que atuam no setor e estão promovendo soluções com blockchain tem um papel forte de “inovação e modernidade” e podem “gerar mudanças fundamentais na sociedade” e que o Banco Central trabalha para empoderar estas grande e médias instituições.

    A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central do Brasil (BC) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep) anunciaram que, desde 2017, vêm desenvolvendo um projeto em blockchain, utilizando recursos do Microsoft Azure para realizar uma rede descentralizada que permite a comunicação em tempo real entre os três órgãos.

    A aplicação, conforme anunciado pelo Banco Central, permite o intercâmbio de informações entre as entidades federais de forma mais rápida permitindo uma maior agilidade na tomada de decisões que envolvem o mercado financeiro e a posição das três instituições.

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  9. Mesmo com o incrivel crescimento e expansão das criptomoedas, muitos bancos não têm visto as criptomoedas com bons olhos. Um dos chefes do “Bank for International Settlements” (BIS), que é conhecido como o Banco Central Mundial, criticou o Bitcoin afirmando ser “uma combinação de bolha com pirâmide financeira”, e, devido ao alto consumo de energia necessário para a atividade de mineração, ele também disse que a moeda virtual é um “desastre ambiental”. De acordo com o Banco Central Brasileiro, as moedas virtuais não possuem garantia de conversão para moedas soberanas, como por exemplo, a libra esterlina, e tampouco são lastreadas em ativo real de qualquer espécie, ficando todo o risco com os detentores. O BC também afirmou em uma entrevista, que se tratando de criptomoedas, o valor decorre exclusivamente da confiança conferida pelos indivíduos ao seu emissor. Mas mesmo com tantas criticas vindas de bancos centrais, podemos observado que o bitcoin vem ganhando visibilidade entre as organizações bancárias, e hoje existem diversos bancos que já investem em criar suas próprias criptomoedas.

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  10. Chega até a ser engraçado a discussão de alguns críticos de economia falando sobre as criptomoedas, se pronunciando como se fosse algo passageiro, ou que não tão confiável, poucos são os que de fato defendem a ideia das moedas virtuais e trabalham em busca de se modernizar e de fato concorrer no mercado das moedas. Acredito que mesmo que no futuro algo se dê errado e as criptomoedas não sejam utilizadas, ainda assim o BC deveria investir esforços para que lá na frente, caso de tudo certo ele não comece a se modernizar tardiamente, perdendo sua influencia para o mercado de outras empresas que se anteciparam para criar as suas, apesar que ainda estamos falando de governo com sua própria criptomoeda, o que pode significar altas taxas sobre as transações e uma série de outros pontos que podem gerar ainda mais furos na economia de um pais.

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