Leitura:
The Economics of Bitcoin
Austrian School
Denationalisation of Money
Audiovisual:
Davos 2015: Entrevista sobre bitcoin com a economista Susan Athey
E-Economics: Demystifying Bitcoin, featuring Susan Athey
Susan Athey: The Economics of Bitcoin & Virtual Currency
Jerry Brito on Bitcoin
Alternative Currency | Dr. Robert P. Murphy
Is Bitcoin the Answer for Dysfunctional Financial Systems in the Region?
No prefácio do "Denationalisation of Money", Arthur Seldon diz que interesse próprio seria um fator melhor para a produção de bons resultados que benevolência. Não acho que essa afirmação é muito relevante no debate entre regulamentação governamental do sistema financeiro e privatização da moedas já que o governo tem sim um incentivo baseado num interesse próprio de auto preservação. E mais, considero a colaboração benevolente na idade da informação mais interessante que a ação por interesse próprio em termos de eficiência produtiva.
ResponderExcluirNa sua obra, Hayek criticava o governo como distribuidor e controlador das moedas. De acordo com suas teorias, um governo não pode agir para o bem comum, sendo sempre tentado a manipular a quantidade de dinheiro a fim de gastar mais em serviços atendendo os pedidos de uma maioria. A manipulação pode resultar em instabilidades e inflação. Além disso, a informação dos mercados estaria dispersa suficiente para que nenhum planejamento econômico (como os do modelo socialista) seria possível de funcionar bem. Hayek coloca a sua confiança em cima dos mecanismos capitalistas de mercados e livre concorrência, acreditando ser desnecessária a regulação estatal. A sua solução, a ideia de ter várias moedas de controle privado circulando e competindo me lembra da concorrência dos diversos tipos de criptomoedas eletrônicas.
Adicionalmente, um fato interessante é que o artigo do Wikipédia sobre Hayek fala que Hayek influenciou bastante o Jimmy Wales na criação do Wikipédia com o seu trabalho sobre o uso do conhecimento na sociedade. Hayek entendia que o conhecimento era disperso e que uma organização descentralizada poderia tomar melhores decisões, e a Wikipédia se baseia num esforço individual e espalhado de agregação e refinamento de informações.
De acordo com o autor Richard Bronk, Hayek falha ao acreditar na sabedoria dos preços por diversos motivos. Primeiro, muitas vezes os preços são influenciados não pelo conhecimento dos indivíduos mas sim pelas suas emoções e esperanças e narrativas que são construídas socialmentes. Os participantes da economia agem de acordo com essas narrativas e isso pode explicar algumas fenômenos como as bolhas que ocorrem mesmo em mercados relativamente livres. Outro defeito é que certos atores num mercado possuem menos poder de atuação que outros, e essa assimetria implica que os menos favorecidos vão ter uma capacidade diminuida de difundir a sua sabedoria no mercado enquanto os que possuem um nível elevado de poder econômico dominam. Alguns produtos também causam externalidades, efeitos colaterais negativos que custam a sociedade mas que a empresa produtora não se responsabiliza. Por exemplo a poluição dos combustíveis fósseis e o desmatamento causado pela indústria agropecuária. Tal informação não é refletida no preço do produto. Por final, nas transições pode haver uma assimetria de informações e um lado pode tirar vantagem do outro na hora de se colocar um preço num bem ou serviço. Um exemplo disso na economia seria o "insider trading".
O professor Guilhermo Calvo que aparece na apresentação sobre Bitcoin como resposta para sistemas financeiros disfuncionais em lugares como a Argentina argumenta que a estabilidade de preços e salários fixos e valorizados em termos de uma certa moeda (o que é chamado de "sticky prices") é um determinante na estabilidade dessa moeda. Ou seja Bitcoin pode ter seu preço altamente instável devido ao fato que são poucos bens, serviços e salários cujos valores são colocados em Bitcoin. Tenho a hipótese que ideia de Hayek de diferentes moeda concorrentes sendo aplicada implicaria em diferentes níveis de adoção no mercado financeiro para cada moeda (a não ser no caso de acabar em um monopólio), onde cada moeda ocuparia um certo espaço no mercado financeiro e essa pluralidade de moedas poderia aumentar o nível total de estabilidade já que a circulação mundial de moedas seria dividida num número maior de mercados financeiros.
"No prefácio do "Denationalisation of Money", Arthur Seldon diz que interesse próprio seria um fator melhor para a produção de bons resultados que benevolência. Não acho que essa afirmação é muito relevante no debate entre regulamentação governamental do sistema financeiro e privatização da moedas já que o governo tem sim um incentivo baseado num interesse próprio de auto preservação. E mais, considero a colaboração benevolente na idade da informação mais interessante que a ação por interesse próprio em termos de eficiência produtiva."
ExcluirEla é relavante sim, poque o interesse próprio do individuo é o que faz o seu próprio negócio funcionar. O incentivo que o governo traz para incentivar o negócio do individuo é uma solução para um problema que o governo criou anteriormente que se constitutem da GRANDE QUANTIDADE QUE IMPOSTOS que o empresário tem que pagar, A ENORME QUANTIDADE DE DIREITOS que o empresario tem que assegurar aos seus empregados, A ENORME BUROCRACIA QUE O GOVERNO FEZ NOS ULTIMOS ANOS. Além do mais, quem consegue os melhores incentivos para as empresas pelo governo, são exclusivamente as empresas aliadas politicamente com o governo.
A grande montanha de impostos, a alta gama de direitos trabalhistas que os empresarios são obrigados a dar e a alta burocracia fazem com que os empresarios tambem estejam criminalizados de antemão, caso eles discordem com alguma politica do governo ou pertençam a um grupo politico do governo.
"Vale lembrar que o governo Dilma, justamente com a justificativa de estar "estimulando" a indústria, foi o governo que praticamente fechou os portos e aumentou as alíquotas de importação de praticamente todos os produtos estrangeiros: automóveis, pneus, produtos têxteis, calçados, brinquedos, lâmpadas, sapatos chineses, tijolos, vidros, vários tipos de máquinas e até mesmo de produtos lácteos.
Além disso, este foi o governo que obrigou as grandes empresas do país a produzir utilizando uma determinada porcentagem de insumos fabricados no Brasil.
Mesmo assim, a indústria vem encolhendo há quatro trimestres consecutivos, e de forma acelerada." Artigo O que houve com a economia, de Leandro Roque, do site Mises.org
Numa entrevista com a economista Susan Athey (apresentada em um dos links pelo professor), ela afirma que economistas (pelo menos os mais tradicionais) são plenamente avessos à uma nova moeda para circulação, devido a preocupações com taxa de câmbio, valores futuros, etc. No entanto a força da moeda, que se encontra essencialmente na sua natureza digital, permite romper fronteiras burocráticas que são bem presentes no circulação econômica atual. O difícil mesmo vai ser promover a integração dessa nova moeda com o modelo de economia atual, sem prejudicar ambas as partes. É muito claro o quanto esse tipo de moeda facilitaria e agilizaria as atividades de empresas e pessoas ao redor do mundo. Algumas startups já vêm trazendo boas soluções para esse novo modelo econômico, onde o indivíduo pode utilizar-se de sua própria ‘carteira digital’ para fazer uma compra ou realizar uma determinada transação.
ResponderExcluirDo ponto de vista econômico, uma das grandes vantagens da moeda seria a impossibilidade de inflação por eventos físicos ou tecnológicos. Apesar de toda a boa repercussão, alguns críticos acreditam que o argumento levantado por Ludwig von Mises, um renomado economista austríaco, é pertinente, quando o abraçam para afirmar que não haverá espaço para o Bitcoin no mercado, visto que não há no sistema Bitcoin históricos de ligação entre troca de mercadorias úteis no passado e seus valores ao decorrer do tempo.
Apesar de tudo isso, esse conceito acaba impactando a visão tradicional de falar a respeito de dinheiro e sua circulação. Enquanto muitos continuam criando argumentos contra a ‘nova moeda’, a comunidade que adere ao movimento se impulsiona cada vez mais para manter estável a rede, aprimorá-la e expandi-la continuamente, até que seja algo natural e útil para qualquer ser humano.
Acredito que o conflito entre interesse próprio e benevolência citado por Arthur Seldon inexiste, ou existe apenas em situações mal projetadas.
ResponderExcluirComo já citei nos comentários a aulas anteriores, o ser humano é essencialmente regido por incentivos. Quando incentivos são corretamente planejados pelos criadores de sistemas, o bem comum e o bem individual coincidem, e as pessoas colaboram de formas que beneficiam tanto o indivíduo quanto o coletivo.
Assim sendo, o conflito entre individual e coletivo existe apenas mediante sistemas de incentivos incorretamente projetados.
(Tendo isso em vista, é interessante notar que o governo é quase invariavelmente uma entidade que está tanto sujeita a incentivos perversos quanto gera incentivos perversos para aqueles que estão sujeitos a ele)
Isso se aplica também às criptomoedas. Conceitos como proof-of-work existem para modular os incentivos dos membros da rede e garantir que ajam de forma que seja benéfica para a manutenção da rede.
Tendo isso em vista, boa parte das críticas de economistas sobre a estabilidade do bitcoin enquanto rede não levam em consideração que as criptomoedas, por sua própria natureza, se preservam, ao contrário de moedas fiduciárias que precisam de constante preservação por parte de entes externos.
Acredito que as criptomoedas são a melhor ferramenta que geramos até o momento para atingir a visão de Hayek de competição entre moedas, explicitada em "The Denationalization of Money". Ainda é um ponto discutido se esse modelo levaria de fato à adoção de moedas mais estáveis, mas eu acredito que dar alternativas às pessoas e deixá-las escolherem por conta própria que modelo é de sua preferência é sempre um ponto positivo.
Essa sessão mostra um lado interessante da moeda. Ver como economistas enxergam Bitcoin nos atualiza em relação ao ceticismo demonstrado pela maioria quando a moeda surgiu. Muitos economistas, talvez por hábito de enxergar o mundo pela única perspectiva modelável nesse quesito, costumam concordar com as idéias do conservadorismo econômico. Alguns chegam a ir além, e tomam para si a causa da batalha contra a “máquina burocrática”. Com o libertarianismo se tornando um posicionamento político-econômico cada vez mais comum na classe, as vantagens do Bitcoin são cada vez mais frisadas, e as desconfianças em relação a sua segurança estão se tornando um assunto secundário. Vale ressaltar, porém, que essa talvez tenha sido apenas a “porta de entrada” do Bitcoin nas discussões entre economistas. Uma vez que boas idéias não possuem partido (ou ao menos não deveriam possuir), a tecnologia é uma inovação vista com entusiasmo até por defensores de um “governo maior”. Afinal de contas, aqueles a favor da existência de governância centralizada apenas a defendem na ocasião em que se crê que a mesma é necessária.
ResponderExcluirEmbora Bitcoin não seja regulamentado na maioria dos casos, o seu futuro pode envolver o acréscimo de uma camada burocrática nos nós da rede. De toda forma, existirão desafios para os governantes que defenderem que leis fiscais sejam enforçadas aos usuários da rede, uma vez a mesma é composta por nós anônimos e não existe entidade ou instituição central que possa ser forçada a fiscalizar ou mudar a composição da mesma.
Aqui no Brasil é uma forma ainda não tão difundida tendo em vista que os bitcoins ainda não atingiram o uma concentração aceitavel por parte das pessoas, logo há um certo preconceito em utiliza-los por uma gama da sociedade. Para se começar a usar os bitcoins faz-se necessario a utilização de uma espécie de carteira virtual que funciona como se fosse a sua conta. Para conseguir os bitcoins podemos ir a uma casa de cambio ou então aceitar algum pagamento em forma de bitcoins ou até mesmo pelas pessoas mais próximas que já utilizam a tecnologia e que queira compartilha-la. A grande façanha dessas novas moedas digitais é justamente essa praticidade e a forma a qual ela facilita sem a necessidade de um terceiro para oficializar a troca , venda ou doações do dinheiro.
ResponderExcluiro grande problema do bitcoin é sem dúvida o governo a qual deve futuramente tentar parar o seu crescimento , na verdade como já está acontecendo na China e em outros países , pois eles não querem uma neutralidade tao forte do dinheiro a qual o bitcoin nos propicia.
Eu não vejo como os bitcoins possam não trazer um bem para sociedade tendo em vista que ele possui uma série de meios a qual possibilitam a sua harmonia com o meio economico atual. O único impecilho a qual há um problema gigantesco é o próprio governo a qual tenta controlar a forma como a sociedade gasta.
ResponderExcluirEm 2015 uma das maiores a economista dos EUA susan Athey deu a seguinte declaração quando perguntada sobre oque ela pensa das moedas digitais
"o bitcoin é uma inovação tecnologica muito excitante e as vezes isso distrai pessoas, os economistas nunca querem que voce tenha uma moeda nova porque voce se preocupa com os riscos da taxa de cambio, você se preocupa por não saber quanto aquele bitcoin valerá pela manhã, mas oque difere e o diferencia( os bitcoins) é unicamente em um formato digital"
em outras palavras ela quis dizer que
apesar de todos os risco na inserção de uma nova moeda(tecnologia ),há uma certa preferência por parte dela no uso de bitcoins pois a forma com que ele é utilizado consegue ao mesmo tempo ser descentralizado e inovador , logo valeria apena correr esse risco em busca dos beneficios que tal serviço traria.