segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Como o Bitcoin atinge descentralização

Leitura:
"Chapter 2: How Bitcoin Achieves Decentralization" do livro Draft textbook: Bitcoin and Cryptocurrency Technologies
Proof-of-work system

Audiovisual:
Bitcoin - Proof of work
Lecture 2 — How Bitcoin Achieves Decentralization
Introduction to Bitcoin, Blockchain and Decentralized Technology
Proof of Work

7 comentários:

  1. É bastante natural que muitas pessoas sonhem com uma moeda onde políticos e banqueiros não possam manipular; uma moeda do povo mesmo. A bitcoin emergiu como a grande esperança de algo desta espécie. Infelizmente, a esperança que ela traz aos corações e mentes de muita gente é falsa. E a razão é simples: Apesar de ser verdade que no passado comunidades locais geraram com êxito divisas comunitárias (o que lhe permitiu melhorar o bem-estar no seu meio, especialmente em tempos de crises económicas agudas), não pode haver uma moeda despolitizada capaz de movimentar uma sociedade industrial avançada.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Apesar de não ter o conhecimento técnico em economia para refutar estas afirmações, discordo delas. Estamos nos estágios iniciais desta possível revolução e devemos ter a mente aberta para todo e qualquer caminho revelado pelas criptomoedas.

      Falar "não pode haver uma moeda despolitizada capaz de movimentar uma sociedade industrial avançada" -ao meu ver- é análogo a um cidadão do século 18 afirmando que jamais uma moeda que não é atrelada ao ouro jamais terá valor.

      Excluir
  2. A ideia da POW é muito bem elaborada. Garantir que certas transações são ‘sérias’ através da resolução de puzzles, implicando em um esforço computacional considerável, além de possibilitar um controle maior sobre o fluxo de transações, evitando inclusive o comportamento ‘spammer’, possibilita aos usuários que mineram os dados ganharem recompensas pelo esforço que eles realizam (computacionalmente), cooperando para uma maior confiabilidade. Um ponto bem interessante que achei foram os protocolos de POW, que envolvem ou não um link fixo entre os requester e o provider, afim de trabalhar a resolução-verificação-liberação das transações em jogo. Além disso, é bem interessante a abordagem de segurança que o ecosistema utiliza, envolvendo seguramente todo o processo de broadcast das transações, validação pelas block-chains, verificações de hash, além de todo o processo associado para que não sejam permitidas ações maliciosas, e como falado anteriormente, o usuário seja beneficiado pelo bom comportamento que ele tem na rede, através de um incentivo econômico. Prefiro não entrar em detalhes a respeito da abordagem técnica. Confesso que ainda estou meio confuso sobre como o sistema trata transações com moedas duplicadas, mas vou continuar pesquisando.

    ResponderExcluir
  3. A ideia de proof-of-work me lembra bastante estudos nas áreas de economia e sociologia sobre trabalho cooperativo entre seres humanos. Em geral estudos desse tipo tem como resultado que para que uma sociedade em que as pessoas cooperam emerja, as pessoas precisam sentir que algo de valor (ou que possui valor para elas) está investido nessa sociedade.

    Em outros termos, para que uma associação colaborativa funcione corretamente, é necessário que haja alguma espécie de investimento, seja ele material ou emocional, dos envolvidos. O proof-of-work parece ser uma espécie de extensão natural da ideia de "investimento no sistema" - forçando os usuários da rede a resolver problemas difíceis, se garante que eles tenham investimento no sistema - em termos de capacidade computacional que eles estão dedicando à sua participação. Assim, além do componente tecnológico pelo qual os integrantes da rede colaboram para a operação continuada da mesma, cria-se um componente psicológico social pelo qual os seres humanos participantes da rede sentem-se motivados a proteger a integridade da rede e dedicar-se a ela.

    Creio que esse insight seja interessante não apenas no que tange a criptomoedas, mas sim para qualquer pessoa que esteja interessada em construir sistemas digitais de colaboração entre pessoas.

    ResponderExcluir
  4. Interessante ver que após o passo inicial dado pelo Bitcoin, no sentido de ser a primeira tecnologia para criptodinheiro funcional, outras tecnologias começam a ser desenvolvidas também. Por exemplo o Primecoin (http://primecoin.io/bin/primecoin-paper.pdf). Encontrei o Primecoin após fazer uma pesquisa sobre alternativas "provas de trabalho" (Proof of Work). Muitas tecnologias mostravam ser baseadas em Hashcash como o Bitcoin. Porém o Primecoin trás um novo conceito baseado em "cadeias de primos" (prime chains). Primecoin ao utilizar essa tecnologia para proof of work utiliza restrições como limitar o tamanho para não penalizar a eficiência. A tendência então após Primecoin e Bitcoin apresentarem possibilidades para provas de trabalho diferentes é o surgimento de novas tecnologias com provas de trabalho cada vez mais sofisticadas.

    ResponderExcluir
  5. A segurança de transações é um problema antigo. No paradigma monetário atual, ela passa pela mão de instituições governamentais e grandes bancos. Comprovação de transferência, validade de moeda impressa, entre outras questões, são tarefas que exigem um trabalho real por parte de entidades como o banco ou a casa da moeda. Tomando-se o exemplo de uma transferência em tempo real, o banco precisa inicialmente checar o a disponibilidade do valor no saldo do remetente, subtrair o valor do saldo do remetente, e somar o valor ao saldo do destinatário, oferecendo prova do sucesso da transação ao remetente (comprovante). A utilidade do banco vem de sua confiabilidade, de que a transação ocorrerá exatamente como esperada. Para isso, claro, é necessário um “trabalho” por parte do banco. E esse trabalho irá sempre ser custoso, o que justifica a presença de uma taxa. Nesse modelo de transações podemos observar duas coisas indesejáveis: a necessidade de confiança em um banco (a confiabilidade dos bancos não é uma garantia) e a necessidade de taxação. Nenhum desses problemas foi resolvido pelo surgimento do Bitcoin, mas ambos foram mitigados. A arquitetura do Bitcoin, sua criptografia e seu modelo econômico o fazem mais confiáveis que bancos, uma vez que a confiabilidade do Bitcoin é quase que totalmente dependente de apenas tecnologia. Quanto a taxação, inicialmente não existe a necessidade da mesma, pois o trabalho envolvido no processamento de transações é recompensado pelo próprio sistema (com Bitcoins). Num futuro, porém, não haverá mais recompensa pelo processamento de novas entradas da blockchain, o que fará necessário uma inclusão de taxa nas transações, para que as mesmas sejam incluídas nos blocos a serem processados.

    ResponderExcluir
  6. A base criptográfica do proof-of-work me parece ser a função arapuca, que é amplamente usada na criptografia, e que são funções que são fáceis de computar quando se conhece uma informação secreta, mas quando não se conhece ela se torna difícil de resolver. Um exemplo são as assinaturas digitais. É simples de se assinar uma mensagem quando o usuário tem a chave privada, mas é impraticável de um usuário malicioso forjar uma assinatura mesmo tendo um número arbitrário de mensagens assinadas para estudar. Um defeito que eu imaginei do uso do POW nas criptomoedas era o gasto de energia, já que se torna necessário realizar muitas computações e isso acontece mesmo se não houver nenhuma tentativa de duplo gasto ou qualquer outra adulteração nos dados do sistema. Mesmo podendo não ser um gasto que seja grande o suficiente para ter impactos globais ambientais significantes, ainda sim os mineradores de Bitcoin pagam valores bastante altos para fornecer energias as suas placas gráficas diariamente. O artigo do Wikipédia sobre POW cita o conceito de proof-of-space e proof-of-stake, que funcionam de maneira parecida mas que talvez não gastem tanta energia. Proof-of-space é parecido e significa que o usuário vai ter que provar que tem um certo espaço no seu disco rígido. Proof-of-stake é quando quem valida o bloco na blockchain tem um certo valor a perder associado a validação desse bloco. Então há um incentivo financeiro em não validar um bloco incorreto. Algumas criptomoedas como o Peercoin e Novacoin usam esse tipo de prova, mas de acordo com alguns desenvolvedores é complicado de implementar.

    ResponderExcluir