terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Décima-Terceira Sessão (2015.2) (30/11): "Regulação do Bitcoin no Brasil e no Exterior"

Leitura:
Legality of bitcoin by country
Audiência Pública: BitCoin
PL 48/2015

Audiovisual:
Regulation And Bitcoin
Bitcoin Regulation in the US -- July 2015
POD.26_1a. AUDIENCIA PUBLICA SOBRE BITCOIN (COMPLETO)
Benjamin Lawsky Keynote - Money 2020 - Nov 2, 2014 - #bitcoin #regulation

13 comentários:

  1. Durante essa sessão uma das coisas que foi dita na audiência pública pelo presidente da CoinBr foi que ele adoraria estar no Nordeste usando energia renovável para instalar seus data centers.

    Na Suécia, que é um dos Países onde Bitcoin teve a maior facilidade de se desenvolver (como foi mencionado também nessa sessão) há um cenário bem curioso: 52% de toda a energia gerada no país provém de fontes renováveis (https://sweden.se/quickfact/renewable-energy/).

    Aparentemente não é só o palestrante que acha a ideia de usar energia renovável para as Bitcoin warehouses interessante: No ano passado, uma empresa aproveitou os dois cenários supracitados da Suécia, isto é, boa aceitação de Bitcoin e bom uso de fontes renováveis de energia, para instalar warehouses que funcionam totalmente em energia renovável.

    A empresa ainda continua em operação, e pode ser encontrada nesse site: http://www.kncminer.com/.

    Notícia de quando a empresa se instalou lá: http://www.datacenterknowledge.com/archives/2014/02/06/bitcoin-miners-building-10-megawatt-data-center-sweden/

    - Vinícius Cousseau (vmrc)

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  2. É interessante acompanhar como o status da regularização e legalidade do Bitcoin pode ser extremamente diferente ao redor do mundo. Temos situações no qual simultaneamente um país (Argentina) em que a economia é considerada não tão madura há clima positivo quanto à inserção do Bitcoin no sistema financeiro da economia (o recém-eleito presidente da Argentina, Mauricio Macri, apóia e financia o debate sobre a moeda -- http://cointelegraph.com/news/115724/argentinas-new-president-good-news-for-bitcoin-bad-news-for-inflation), em economias mais robustas e tradicionais (União Europeia) ainda há um embargo burocrático no estabelecimento de criptomoedas -- acredita-se que a Europa ainda está a muitos anos de alcançar uma regularização do bitcoin (http://www.coindesk.com/swift-bitcoin-regulation-eu-long-way-away/). É interessante acompanhar o debate nacional e saber como (e se) o nosso país irá se posicionar diante da tecnologia emergente.

    -- Guilherme Peixoto (gpp)

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    1. Eu acho interessante notar que isso não é só um caso isolado da Argentina. Existem vários tipos de inovações que nascem em países em desenvolvimento, se solidificam lá para então serem trazidas para os mercados mais desenvolvidos. Tem até um termo pra isso: Inovação Reversa. Nesse artigo(http://www.tiagodoria.com.br/coluna/2012/04/23/inovacao-de-baixo-para-cima/) tem vários outros exemplos, inclusive de exemplos pouco conhecidos como o Gatorade, que surgiu na India para ajudar com problemas de desidratação dos pobres para só então ser exportado para países desenvolvidos e virar "bebida de atleta".

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  3. Seria interessante realmente poder utilizar energia renovável para mineração de bitcoins, mas um fator que também é levado em consideração ao se eleger um local para construção de mining warehouses é o clima do local, porque o maquinário gera muito calor e precisa de refrigeração.

    No caso do Bitcoin, o ideal mesmo seria juntar um local com clima apropriado e com geração de energia renovável.

    Rodrigo Alves (raan)

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    1. Rodrigo,

      seria especialmente interessante esse debate aqui no Brasil. Ao contrário de outros países, nós não dependemos primariamente do uso de energias fósseis (como a combustão de carvão nos EUA). Atualmente, o Brasil encontra-se em terceiro lugar mundial (https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_electricity_production_from_renewable_sources) no ranking de produtividade de energias renováveis. Inclusive, esse poderia ser um ponto de campanha interessante para a adesão da moeda no mercado nacional -- se encontrarem uma boa forma de como elucidar o processo de mineração e o motivo pelos quais os custos de energia são altos. Apesar dos encargos políticos, seria interessante ver isso ser debatido em futuras audiências públicas.

      -- Guilherme Peixoto (gpp)

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    2. O mercado de enrgia aqui eh bastante complicado.
      Quem ganha dinheiro com ele eh forte e nao vai querer "perder" pra as energias renovaveis. Infelizmente eh assim que funciona aqui. A luta eh grande no caminho para um Brasil mais justo.

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  4. Essa conversa toda sobre mineração, me fez pensar nos custos.
    [O curso de Bitcoin, tocou superficialmente no tema na quinta semana].

    em 2013 consumia-se US$15 milhões diários de energia para a mineração.
    http://www.forbes.com/sites/timworstall/2013/12/03/fascinating-number-bitcoin-mining-uses-15-millions-worth-of-electricity-every-day/

    em 2015 uma única transação de Bitcoin consome a mesma energia que 1.57 lares americanos. Para deixar em perspectiva, os cartões VISA efetuaram 58.5 bilhões de transações em 2013. O que em termos de Bitcoin seria a mesma energia para manter 50 mil lares americanos.
    https://www.rt.com/usa/270550-bitcoin-energy-hog-critics/

    O custo computacional é cada vez maior, o que requer métodos de mineração mais eficientes. Caso contrário você gasta dinheiro (em energia) para minerar (Bitcoins), tornando mais em conta comprar Bitcoins.
    Paul Williams explicou como perdeu dinheiro aqui:
    http://bitcoin.stackexchange.com/questions/35449/energy-consumption-while-mining

    Isso leva ao risco do roubo de energia de universidades e fábricas para minerar bitcoins.

    Deve-se levar em conta que outras moedas possuem gastos com bancos, cofres, transporte, impressão da moeda.

    E como Rodrigo falou acima: gera muito calor, o que favorece warehouses em países frios. Podendo usar as CPUs como aquecedores elétricos das residências.

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    1. Phillip, mandou bem com essas informações! Nunca tinha parado para avaliar dados quantitativos. Vou dar uma pesquisada na web logo mais e trago alguns dados para levantar essa conversa!

      Abraço!

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    2. Muito interessantes os dados, Philip. A informação de que uma única transação consome a mesma energia que 1.57 lares americanos é especialmente impressionante.

      - Vinícius Cousseau (vmrc)

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    3. Beleza, seguindo essa linha de custos, eu achei algo interessante aqui. Trata-se de uma discussão sobre a necessidade de se investir em uma moeda para que o seu valor seja mantido à medida que novas moedas são produzidas.

      Long story short, se U$20.000,00 em bitcoin são produzidos. Para que o valor de bitcoin mantenha-se constante, é necessário que todas as moedas produzidas sejam compradas pelo seu valor atual (ou o equivalente a esse valor deve ser investido em bitcoins).

      "To maintain a coins value, there must be demand that equals the newly supplied coins at their current price."

      A conversa tá desatualizada, mas fiz uns cálculos rápidos aqui: hoje em dia esse valor para Bitcoin é de U$2.22M.

      *Aqui está o link da conversa:
      https://bitcointalk.org/index.php?topic=430639.0
      *Aqui está o artigo que me levou até ela (mais genérico, fala sobre diversas Altcoins):
      http://cryptosource.org/good-buys-and-coins-to-avoid-how-daily-coin-maintenance-costs-should-factor-into-your-investment-decisions/

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  5. Acho que essa audiência meio que mostra o quanto há o contraste de interesses. Por um lado, a CoinBr que teve que ter a iniciativa para a tentativa de regulamentação. Por outro lado, acho que ainda há muita desconfiaça por parte do estado, por conta das dificuldades de tributação etc etc.

    "Se você dá qualquer ar de regulação a esse produto, você começa a dar a proteção do Estado para esse produto, o que acaba podendo transmitir a sensação de que ele é um produto seguro. E ele não é um produto seguro. Quem entrar nesse mercado saiba que está correndo riscos seríssimos, inclusive do dinheiro sumir", destacou. Segundo ele, moedas virtuais são feitas para não serem controladas pelo Estado, o que atrai criminosos e passa a ser uma operação arriscada. "Porque não tem nenhuma autoridade que garanta que aquela moeda vai estar lá na hora que ela precisar ser usada", destacou."

    Porém, concordo que seja quase impossível a substituição completa da moeda "tangível", já que pelo menos metade da população não tem contato com os meios digitais, como um dos convidados apresentou na audiência.


    http://www.bitcoinnews.com.br/bitcoinbrasil/deputado-requer-audiencia-publica-para-debater-sobre-bitcoin1/
    http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=41172&sid=5

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  6. Bem interessante o conteúdo apresentado, mas levanta a questão sobre até que ponto a regulamentação é interessante para os usuários de bitcoin. Acredito que seja difícil pra o Estado manter um controle sobre quem vai adquirir essas moedas e vai se utilizar delas e conseguir tributar sobre isso. E, ao mesmo tempo, atualmente os bitcoins são uma moeda livre de taxas de impostos existentes o que as torna muito mais atrativas para ser utilizadas como moeda de troca. Acho que isso termina por deixar uma incerteza sobre a regulamentação pelas duas partes. Acredito que a parte que realmente tem mais interesse são os donos de empresas como a CoinBr que fazem esse câmbio entre moedas.

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    1. O fato é que dado que haja algum tipo de regulamentação, provavelmente haverá respaldo legal sobre transações feitas com bitcoins, o que pode incentivar a utilização do bitcoin por mais pessoas/empresas, o que pode favorecer os usuários em si, já que haveria um aumento na possibilidade de uso da moeda. Claro, a provável tributação sobre as transações seria um grande contra a ser colocado nessa balança.

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